segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Holocausto - A Alemanha Contra os Judeus

Adolf Hitler
A relação de ódio declarado entre a Alemanha Nazista e os judeus de toda a Europa ( e do mundo ), durante a Segunda Guerra Mundial mudou significativamente a geografia do planeta depois de 1945. Direta e indiretamente. E continua a gerar conflitos dos mais diversos, que envolvem aspectos religiosos e econômicos, principalmente na região do Oriente Médio, onde foi estabelecido o Estado Judeu de Israel no ano de 1948.

A gênese da perseguição que levaria ao extermínio em massa dos judeus não está relacionada diretamente à subida de Adolf Hitler ao poder em 30 de janeiro de 1933. O futuro führer não pregou de imediato a propaganda anti-semita. Recorreu inicialmente a um discurso anticapitalista e à promessa de resolver os graves problemas econômicos da Alemanha, que se arrastavam e só pioravam desde o fim da Primeira Grande Guerra, em 1918.

A pregação anti-semita já existia, mas estava num plano que se poderia chamar de secundário, supostamente menos importante. A política nazista considerou como inimigo central prioritário os adversários políticos. Sobretudo comunistas e social-democratas, que se tornaram, antes mesmo do início da guerra, as primeiras vítimas dos campos de concentração. Pouca gente sabe, mas esses locais de isolamento prisional em grande escala entraram em funcionamento já em março de 1933, poucas semanas depois da ascensão de Hitler.

Como se verá a seguir, foi a partir de 1936, que teve início o encarceramento de homossexuais, Testemunhas de Jeová, cristãos, criminosos condenados e alguns considerados "associais" ( ou seja ciganos ), prostitutas e pessoas sem residência fixa. Entre os anos de 1933 e 1938, os nazistas adotaram gradativa e intensamente medidas que acabariam por excluir os judeus da vida econômica e social da Alemanha.
Testemunhas de Jeová, os triângulos roxos
Nesse período, a intenção pareceu ser forçá-los à emigração para outros países, além do império-germânico idealizado por Hitler. Era um propósito extremo e absurdo, uma vez que os judeus só representavam menos de 1% da população do país.
Até a eclosão da guerra, em 1939, o número de judeus tanto da Alemanha quanto da Áustria diminuiu pela metade por causa da emigração e da perseguição. A finalidade dessas medidas cada vez mais segregacionistas era eliminar por completo toda influência judaica em todos os setores do país ( economia, política, cultura, etc ). Depois, com a guerra, a partir de 1941, viria a ideia de se decidir pelo extermínio.

Documentos do Serviço de Segurança da Polícia Nazista ( SS ) sobre o "problema judaico" informava que "se deve exigir o aumento e a imigração assegurada" dos judeus. O texto afirmava que a emigração deveria ser tratada como uma medida "urgente" e ser "concentrada", isto é, "direcionada somente para pontos conhecidos a fim de evitar que em alguns países sejam criados grupos inimigos e que a população desses países se revoltassem contra a Alemanha".

À medida que a Alemanha caminhava para a guerra, o regime nazista divulgava ações antijudaicas. Ao mesmo tempo, incentivava e controlava a saída de judeus de seu território. estes eram obrigados a pagar uma taxa ao estado, tinham seus bens expropriados e só podiam levar consigo uma quantia limitada e irrisória de dinheiro, em espécie. Se não bastasse, alguns países europeus fecharam as fronteiras para a imigração ou as restringiram criminosamente para os judeus.


No campo de concentração de Buchenwald, para onde haviam sido levados 13 mil judeus, ocorreu o maior processo de soltura de prisioneiros da história da existência do campo. Cerca de 2,3 mil deles, sobretudo chamados "anti-sociais", foram mandados de volta para suas casa. Entre fevereiro e agosto de 1939, 2 mil judeus que já tinham documentos para emigrar, foram finalmente liberados, como ressaltou David Hackett, organizador do livro "O Relatório Buchenwald".

O contexto mudaria por completo a partir de 9 de novembro de 1938, quando o anti-semitismo ganhou prioridade para o regime nazista. Neste dia ocorreu o primeiro pogrom judaico na Alemanha do Século XX, num episódio que ficou conhecido como "A Noite dos Cristais". O termo foi uma referência às incontáveis vidraças, janelas e vitrines das casas e estabelecimentos judeus destruídos pelas tropas de choque nazistas e pela população alemã.

Estima-se que o ataque em massa tenha deixado milhares feridos, centenas desabrigados, casa e lojas destruídas. Quase 30 mil judeus foram presos e enviados para os campos de concentração de Dachau, Bunchenwald e Sachsenhausen, nos quais, posteriormente, muitos morreriam.

Era um movimento orquestrado nas altas esferas do reich, mais especificamente por Adolf Hitler e seu ministro da propaganda, Joseph Goebbels. O evento foi organizado pelas Divisões de Assalto ( SA ) da polícia hitlerista. Para isso, usou-se como justificativa o assassinato do alemão Ernst von Rath dois dias antes, em Paris, pelo judeu de sobrenome Grynszpan, de 17 anos, que supostamente quis se vingar do tratamento desumano dado aos seus pais, na Alemanha. A vítima era funcionário da embaixada alemã na França.

Como represália, nada menos que 91 judeus foram assassinados na Alemanha nessa noite e nenhum dos crimes acabaria no tribunal para julgamento dos culpados. As mortes aconteceram ao mesmo tempo em que a maioria das sinagogas da Alemanha era queimada ou destruída e 7,5 mil lojas de judeus eram apedrejadas ou saqueadas, o que gerou prejuízo de muitas centenas de milhões de marcos.

Os eventos que culminaram nos assassinatos de 7 e de 9 de novembro haviam começado, na verdade, em outubro de 1938, quando 20 mil judeus que viviam na Alemanha foram mandados para a fronteira da Polônia.Entre eles, encontrava-se a família de Grynszpan. Aquela era considerada uma terra de ninguém e os judeus foram amontoados em estábulos, sem alimentos ou assistencia.

Foi quando Zindel Grynszpan decidiu escrever a seu filho Herschel, em Paris. Ao receber uma carta de sua família relatando a situação na qual se encontrava, o jovem ficou desesperado. O governo polonês recusava-se a reconhecer a sua cidadania e, consequentemente, toda a famíliaficou apátrida. Grynszpan decidiu tomar uma atitude desesperada para chamar a atenção do mundo sobre a situação de sua família e dos judeus na Alemanha.

Dirigiu-se à embaixada alemã, alegando ter uma "encomenda" para entregar ao embaixador. Foi encaminhado ao escritório do terceiro secretário. Ao entrar na sala, o jovem atirou no funcionário alemão. para o governo alemão, o fato era uma "prova da conspiração judaica contra a Alemanha".

No dia 9 de novembro, Ernst von Rath morreu vítima dos graves ferimentos. Ao saber dessa morte, Hitler, furioso teria dito a Goebbels: "As tropas de choque devem ter permissão para agir".

Ao que Goebbels teria respondido: "se os distúrbios se intensificarem e se espalharem por outras regiões além de Berlim, não devem ser contidos".

Além de não terem sido contidos foram incentivados por membros do partido nazista.

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